Durante minhas mochiladas pela zoropa conheci muitos europeus que gostam bastante de viajar... Trocando e-mails durante esses anos todos, fui vendo que quando vêm pra América pulam o Brasil devido a nossos preços (viajar aqui é bem caro)...
Além disso, e mais importante pra esse post, é que os caras conheciam mais o Brasil do que eu conhecia cada país. No fundo, o que sabemos de Turquia, Grécia, Sérvia, Polônia... etc, etc? Eles conheciam tanto história quanto nossa cultura.
Não super a fundo, claro. Mas, por exemplo, não era difícil ouvir músicas brasileiras por lá.
Beleza, isso ficou na minha cabeça em stand by... Como conheciam sobre meu país, acho que passou despercebido. Meio que inconscientemente a gente acha que é obrigação deles.
Além disso, e mais importante pra esse post, é que os caras conheciam mais o Brasil do que eu conhecia cada país. No fundo, o que sabemos de Turquia, Grécia, Sérvia, Polônia... etc, etc? Eles conheciam tanto história quanto nossa cultura.
Não super a fundo, claro. Mas, por exemplo, não era difícil ouvir músicas brasileiras por lá.
Beleza, isso ficou na minha cabeça em stand by... Como conheciam sobre meu país, acho que passou despercebido. Meio que inconscientemente a gente acha que é obrigação deles.
Agora, mais recentemente, fui duas vezes pra Argentina e uma pro México. De novo, eles conheciam mais a gente do que eu acho que conhecemos eles. Eu, por exemplo, fiquei espantado ao descobrir que o voo pro México dura mais de 10 horas... Jurava que era perto ehehhe.
Ahh... pra viajar pro México fiz um intensivão de espanhol com uma colombiana, que não só conhecia o Brasil (nesse caso tudo bem, já que ela tá morando aqui) mas também conhecia bastante sobre os outros países latino americanos.
O ponto é: passando um pouco de tempo no México e na Argentina. Vendo sua TV, ouvindo suas rádios, conversando com seus taxistas, fui vendo que eles conhecem uma gama grande de cultura de outros países (principalmente os países hermanos latino americanos). As vezes tocavam músicas pelas quais eu me interessava e, ao perguntar, eu descobria que vinham da Colômbia, México, Venezuela, etc, etc e tal (inclusive do Brasil, mas dai eu não precisava perguntar rs). A TV têm os canais locais, os canais americanos (que assim como na nossa TV, são a maioria), um ou outro canal japonês, alemão, britânico e etc (assim como nossa TV a cabo) mas também tinha canais de outros países latino americanos. Inclusive nossa Globo. E eles assistiam.
No México, aliás, me parece que a cultura mexicana mesmo é bem mais vista do que a gente vê nossa própria. No sentido de que passam muitos filmes locais, e músicas locais. A impressão que me deu nesse pouquíssimo tempo é de que a gente vê muito mais coisa americana do que coisa local, em comparação com os mexicanos.
Dai me lembrei das minhas experiências na Europa (diga-se de passagem, por países fora do eixo turístico tradicional, então não sei se posso extrapolar minha experiência para todo o continente): os caras viam filmes de outros países, ouviam músicas, liam livros... conheciam um pouco sobre as línguas, sobre a história. Os rótulos dos produtos no supermercado eram quase sempre em várias línguas.
Eles sabiam dizer de onde vinha cada obra quando ouvíamos ou assistíamos algo...
Além do hábito de viajar: viajar parece mais comum, mais fácil. Cruzar uma fronteira não é o fim do mundo. E admira-se coisas de fora. Aqui, a impressão que tenho é de que sempre achamos que temos as melhores praias, as melhores mulheres, as melhores cervejas... não precisamos conhecer nada culturalmente novo... Por outro lado, quando temos um gringo, talvez por ser mais raro esse intercâmbio, pagamos pau. Tipo, não é uma coisa muito normal (afinal ele é gringo, wow!!!).
Pensando especificamente nos países latino americanos, poderíamos dizer que a barreira é linguística. Afinal, somos o único país falante de português, não seria fácil entender as coisas de nossos vizinhos.
Eu quase me convenci disso nas minhas divagações no voo de volta, mas depois veio a lembrança da Europa. O pessoal de língua eslava ouve nossas músicas normalmente, assim como outras. E ai, barreira linguística?
Será que não é algo além da língua? Será que não estamos mais propensos a nos fechar pro que vem de fora (exceto se fora significar Estados Unidos)? Ou será que o pessoal que eu conheci lá só conhece nossas coisas porque realmente somos muito melhores, e nesse caso nem precisamos conhecer mais nada?
Eu particularmente não acredito muito nessa superioridade.
Como já disse antes: conheço muitas pessoas e coisas incríveis lá fora, assim como aqui. E conheço coisa ruim lá fora, assim como aqui. Fronteiras são invenções políticas, mas o mundo é uma coisa só.
Partindo dessa premissa pessoal, acho que somos fechados mesmo, e não é culpa da língua.
Estou tentando corrigir isso de minha parte, principalmente através da música. Aliás, vou lá ouvir um sonzinho mexicano.
Hasta la vista!
(sem o baby, por favor)