28 março, 2010

Darwinismo artístico


Esse vai ser pequeno, acho... e veio na onda do post anterior sobre preconceitos.

Ao escrever toda aquela papagaiada sobre preconceito e sobre não curtir muito os mainstreams, lembrei de outra discussão.

A maioria das coisas que tenho gravadas nos meus HDs ou que tenho como preferidas, concorrendo de perto com as trahsheiras  são os "clássicos", daqueles vistos como cabeções pela maioria. Tá bom, no caso de filmes, o trash ganha (mas não em músicas e livros).

Com isso, muitas vezes alguns amigos (um em especial) que são "contra" coisas novas - não exatamente contra, mas com aquela nostalgia de que "antes as coisas tinham muito mais qualidade" - falam comigo com uma espécie de cumplicidade, como se eu também fosse reacionário.  Mas eu não penso assim, e creio que não tenho muitos preconceitos quanto à novidades. Acho que tem muita coisa boa sendo feita, na verdade.

Darwinismo artístico

Então porque tenho mais clássicos entre meus preferidos e são a maioria na minha coleção? Acho que a resposta é meio que uma seleção natural a lá Darwin:

A quantidade de obras produzidas é gigantesca. E, hoje em dia, se não tem mais coisas sendo produzidas, pelo menos temos acesso a muito mais coisas. E vemos esse monte de obras sem perspectiva, as pérolas estão misturadas com o lixo.

Com o tempo, as mais fortes sobrevivem e acabam virando os clássicos pra novas gerações. Nesse contexto, quando olhamos para os clássicos estamos olhando pra um conjunto já selecionado pelo tempo. Lemos Shakespeare e adoramos, mas quantos outro escritores da época foram esquecidos? Ouvimos Beatles e adoramos (espero que você que está lendo, no mínimo goste dos Beatles senão iremos brigar heheh), mas quantas outras bandas morreram depois de um hit ou de um tempo no rádio?
 
Acho que a resposta está por ai... acredito que o futuro nos mostrará que tem muita coisa boa surgindo na nossa época.  Mas é preciso um certo esforço, e muita busca, e muito raciocínio crítico. e desprendimento da grande mídia, pra acharmos essas pérolas. Ainda mais sem ter a visão em perspectiva pra nos ajudar. De qualquer forma, é um exercício legal tentar procurar essas pérolas...

Um comentário:

  1. Não sei se eu entendi bem o ponto aqui... Se há darwinismo e os "clássicos" são os selecionados, então onde está a unanimidade neste sentido? Seria um darwinismo de castas? classes? Porque se você for num bairro pobre, os clássicos não serão os mesmos de um bairro rico.

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