13 janeiro, 2010

Solidariedade e conhecimento

A motivação para este post veio com a notícia da morte de Zilda Arns em Porto Príncipe no Haiti. Zilda Arns é a fundadora da Pastoral da Criança, mas o que mais me adimirou nela foi sua ideologia:
Em 1983, a pedido da CNBB, criou a Pastoral da Criança juntamente com dom Geraldo Majella Agnelo, arcebispo primaz de Salvador da Bahia e presidente da CNBB, que à época era arcebispo de Londrina. No mesmo ano, deu início à experiência a partir de um projeto-piloto em Florestópolis, Paraná. Após vinte e cinco anos, a pastoral acompanhou 1 816 261 crianças menores de seis anos e 1 407 743 de famílias pobres em 4060 municípios brasileiros. Neste período, mais de 261 962 voluntários levaram solidariedade e conhecimento sobre saúde, nutrição, educação e cidadania para as comunidades mais pobres, criando condições para que elas se tornem protagonistas de sua própria transformação social.
Wikipedia
Sua obra é baseada na disseminação do conhecimento, o que faz com que um determinado problema de uma comunidade seja resolvido pela própria comunidade. É o que eu definiria como autoconhecimento social, onde um indivíduo conhece e se entende nesse meio social.

Durante muito tempo me perguntei: "Porque fazer trabalho voluntário, se minha ação é tão ínfima perto do problema todo?". Me vejo agora como um pequeno contribuidor, que espalha um pouco de seu conhecimento que, muitas vezes, será melhor aproveitado por outras pessoas. O que é mais difícil de se compreender é que com eu não sinto nenhuma realização ao fazer isso, nem sinto qualquer satisfação, muito menos obrigação. Tirei minha conclusão a partir do artigo de Zilda no Wikipedia:
"Neste período, mais de 261 962 voluntários levaram solidariedade e conhecimento ... criando condições para que elas se tornem protagonistas de sua própria transformação social."


Agora sim, sinto-me satisfeito, devido ao conhecimento que recebi de Zilda, assim como das pessoas dentro das comunidades que conheci: completa-se então a disseminação do conhecimento, a superioridade enrustida esvaiu-se, fica a consciência e, finalmente, o "autoconhecimento social".

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